21 agosto, 2016

OS 100 ITENS(22)

30. Roubar uma placa/sinal de trânsito.
Não fui eu mas fui cúmplice do sinal de "proibição de estacionar" que a mana roubou no "Pinheiro", em 2010 ou antes. Ainda está lá em casa em frente à garagem.

A placa dos gelados "Olá" do café do Paulo não foi roubada por mim mas a pensar em mim, disse a Inês toda contente.

20 agosto, 2016

OS 100 ITENS (21)

29. Beijar um estranho.
Credo! Já tive esta fase. Algum rapaz que se metesse comigo na discoteca (e que me interessasse também) depois de eu já ter bebido, pimba!, era um alvo "fácil" e uma beijoqueira. Há um ou outro que nem da cara me lembro.

19 agosto, 2016

OS 100 ITENS (20)

28. Ter amigos fantásticos.
Amigos da universidade, que entretanto deixaram de o ser.
E os meus amigos de Valência que, apesar da distância de todos eles, ainda nos falamos.

E claro, amigas como a Cila e a Cláudia que vão ser para a vidinha.

18 agosto, 2016

OS 100 ITENS (19)

27. Cuidar de alguém embriagado.
Sim. Também me tocou. 10 de setembro de 2007. Fiquei uma hora na casa de banho porque ela dizia que ainda não estava a sentir-se bem e que ainda não queria sair.
E de tão pesada que estava, ainda tenho a cicatriz no joelho de ter caído com ela na rua.

Ahhhh! Sou ou não sou boa pessoa?

16 agosto, 2016

OS 100 ITENS (18)

26. Conhecer o meu país.
Sim, sim. Principalmente quando era pequena e fazia viagens com os papás. 
- Lisboa e arredores
- Serra da Estrela
- Serra do Marão e Amarante
- Mirandela
- Batalha e Óbidos
- Algarve
- Alentejo
Alguns destes locais só estive uma vez, por isso ainda bem que os fiz com os pais.

Depois há Viana do Castelo com a escola, Paredes de Coura e Caminha com os amigos, Coimbra e Figueira da Foz com a mana. E mais umas quantas. 

Mas há muuuuito, muuuuito mais a explorar. E eu tenho uma pequena lista a fazer. 
Entre elas, o Gerês (explorar mais), Piódão e Foz d'Égua, interior do Alentejo.

15 agosto, 2016

OS 100 ITENS (17)

24. Estar mesmo feliz com a vida.
É bom saber que já estive assim. E foi de certeza nos tempos académicos (só para variar um bocadinho). 
- Vida relaxada em que só tinha de ir às aulas. Se estivesse com sono de manhã não ia. 
- Não me matava muito a estudar (o curso não o exigia).
- Fazia os trabalhitos de grupo mas na descontração.
- Tinha amigos (muitos amigos) que gostavam de mim. 
Sei lá, não tinha grandes responsabilidades ou preocupações. 

Quando o mundo do trabalho começa é que as coisas mudam.
Entre a procura de trabalho incessante, o meio caótico onde vivo e a distância da família e do amigos chega para não poder dizer o mesmo atualmente.
No entanto, há o namorado que vai preenchendo os maus momentos com almoços de domingo ou jantares e que me fazem esquecer a mauvaise vie que tenho.

13 agosto, 2016

OS 100 ITENS (16)

22. Dançar como uma louca e não me preocupar se estão a olhar.
Para isto acontecer já tinha de ter uns copinhos. E nos tempos académicos não era difícil.
Enquanto sóbria, sempre tímida para dançar (ainda hoje). Depois daquele número de copos, c'est bon, queria lá saber se alguém estava a olhar ou não.

12 agosto, 2016

OS 100 ITENS (15)

21. Andar de montanha russa.
Talvez a Bracalândia tenha sido o primeiro lugar onde andei de montanha russa. Mas sem certezas.
Depois era em qualquer festa da cidade. Guimarães, Felgueiras, Fafe. Corria tudo.

Atualmente sou menos corajosa e talvez ponderasse uma voltinha na atração popular.

11 agosto, 2016

OS 100 ITENS (14)

20. Gritar o mais alto que puder.
Desde que aprendi a fazer o AUUUUUUU com o M. (amigo de universidade) e bebia uns copinhos, aí estava eu a mostrar o vozeirão que há dentro de mim.

AUUUUUUUUUU

10 agosto, 2016

OS 100 ITENS (13)

19. Dormir abraçada a alguém.
Claro. Com o meu príncipe. Sempre. Exceto no verão que ele diz que eu transpiro.

Mas sou uma abraçadora. Fazia o mesmo com a irmã.
E até com a Nela: "Ui, porque é que me estás a abraçar? Esta rapariga bate mal."

09 agosto, 2016

OS 100 ITENS (12)

18. Convidar um amigo para sair.
Claro! Não é uma ato masculino.
O Miguel, por exemplo. Naqueles dias em que me sentia sozinha, o Miguel era sempre a "vítima" e a boa companhia.

SMS: Olá Miguel! Que vais fazer hoje? Queres ir tomar um cafezinho?

Era mais ou menos isto.

08 agosto, 2016

OS 100 ITENS (11)

17. Apostar e perder.
Ui, eu sei lá agora.
Já aconteceu, claro. Deixa lá pensar.

Que a música que está a passar na rádio é de alguém que eu conheço mas não é do Justin Bieber. 
Afinal era!

13 junho, 2016

CAFÉ CURTO



E não é que este moço sabe o que diz!

- Nem sempre a vida nos vai bem
- Não é como te diz o vizinho
- E aquele teu falso amigo
- O que a vida te dá é a melhor lição
- Vais ver que um dia és só tu
- A vida tem só dois dias: no 1º refilas, o outro perdes nas filas
- Ele [o mundo] não pára um segundo
- Vais perder o lugar, só há uma sessão

01 junho, 2016

ESCOLAS DE BAIRRO - O PIOR DOS PESADELOS

Este tema nem merecia vir para o meu blog, mas eu e os pormenores não nos damos bem. Por isso tenho de registar para daqui a uns anos ainda me rir com isto. (e espero mesmo rir)
E é sobre a nova escola onde estou. Sim, despedi-me de onde estava para vir para esta escola de malucos, onde a educação é coisa que muitos nunca vão chegar a ter. Como eu costumo dizer, é a Amadora no Luxemburgo.

Aqui vão algumas citações dos alunos deste estabelecimento. De referir que é uma escola do 1º ciclo com seis anos de estudos. Os alunos podem ter até 12 anos. Algumas das citações podem chocar. Não aconselhável a pessoas sensíveis.

Alunos na minha sala de aula:
- A minha mãe não quer que eu coma doces antes do jantar. Ela diz "se te pões a comer doces, depois vais para a mesa e não comes um cu"

- As raparigas estão a demorar muito na casa de banho. Devem estar a mexer na rata.

- Como é que as primeiras pessoas do mundo sabiam como se faziam filhos?

- Tás nervoso? Sabes como é que diz a minha mãe? Mete os nervos pelo cu acima.

- A minha mãe foi ontem à consulta mas ainda não deu para ver se tem pila ou virgínia (a mãe está grávida)

Alunos na sala de aula das minhas colegas:
- O meu padrasto vai para a cave com a minha irmã. Eu sei o que eles vão para lá fazer. A minha irmã agora tem namorado e o meu padrasto não gosta nada dele. A minha mãe diz que não faz mal porque eles só foram para a cave uma vez, mas eu sei que eles já foram outra vez. Eu não quero que a segurança social venha lá a casa porque um dia mais tarde eu quero ter um trabalho e posso ter problemas em arranjá-lo por causa disso.

- Quanto é que mede a tua pila? Temos de a medir quando ela estiver assim mais reta.
(entretanto arrancavam os pelos e colocavam em cima da mesa)

- Eu até chamo o meu pai para te vir papar o que tens no meio das pernas. (dito por uma rapariga para a professora)

- Que fixe! Hoje é sexta. Hoje à noite vou pró karaoke com o meu pai, bebemos umas bejecas e no fim levamos umas gajas pra casa. Tumba, tumba, tumba, toda a noite.

- Oh professora, porque é que às vezes a piça endireita?

(post em contínua atualização até dia 15 de julho)

02 março, 2016

FÉRIAAAAAAASSSS

Tá feito. No passado dia 26 de fevereiro, para além dos anos da mamã, reservamos as nossas férias. Mas férias como deve ser. Desta vez não são férias culturais em que saltamos de museu em museu, de rua em rua e que compramos algo típico dessa cidade. 
Desta vez são férias com muito sol, calor e areia branca. 
Sardenha, espera-nos que nós em julho estamos aí.
Alugamos também um carro para podermos dar umas voltas e conhecer as praias da ilha. Oh tou tão contente! (apesar de ser uma época em que toda a gente está de férias, tenho medo que algum trabalho surja nessa altura e me impeça de ir. Cruzar os dedos).
A casa também já está arrendada e foi através do Airbnb. É a primeira vez que reservamos neste site mas já falamos com o proprietário e tem tudo para correr bem.

É só fazer uma pequena dieta e esperar que o dia chegue.

15 fevereiro, 2016

DIA DOS NAMORADOS

Mais um dia dos namorados que passou e mais um dia em que o piccolo se esmerou. Como o quiero tanto!
No dia anterior (sábado) não estive nada bem por causa da entrevista que tive na sexta no rectorat onde a senhora nem foi com a entrevista até ao fim (que nem vou detalhar). Então, se não estava bem, pus o piccolo também meio aborrecido. O que não gosto nada, porque aquilo que preciso nestes momentos é de ânimo.
Mas pronto.
No domingo, dia dos namorados, fomos ao mercado de Versailles comprar massa em forma de coração e manga para o almoço e lagosta e bolo de chocolate para o jantar. Muito lindo!

À tarde vimos um episódio de Breaking Bad (em italiano) e trocamos as prendinhas. Eu dei-lhe aquilo que lhe devia ter dado no início de dezembro: a pen dentro de um frasquinho. Ele deu-me um coração para a pandora. Não contive as lágrimas. Always in my heart dizia de um lado. 
E por ficar assim tão frágil, não quis ver o vídeo, que estava na pen, com ele.
Ele viu-o hoje e já me mandou mensagem. Não sei se gostou mesmo ou se ficou um pouco indiferente. Quando estiver com ele verei melhor a reação. 
À noite, noite de lingerie, claro.
Foi um dia normal. Mas pensando agora no dia, só posso pensar em como tenho um namorado que tanto gosto e que trata tão bem. E que sou tantas vezes injusta com ele (como quando me enervo com alguma coisa e descarrego nele sem dó).

Como o amo!

05 janeiro, 2016

PARIS, TRABALHO E PICCOLO

Primeiro texto do ano. E não começa bem.
Segundo dia de aulas. 
Fiquei na lista dos excluídos na candidatura para professores de português no estrangeiro. Há sempre alguma coisa que não está bem. Desta vez não enviei os diplomas de inglês e espanhol. E enganei-me numa opção em relação à minha situação profissional atual. Que mania de não perguntar e querer fazer sozinha. Sim, mas isto não é só culpa minha. O facto das pessoas serem cada vez mais por si, faz com que eu nem sequer ouse fazer perguntas, adivinhando logo a resposta. Tenho de começar a pensar que nem sempre é assim e ainda menos numa situação desta onde há pessoas postas à disposição precisamente para tirar dúvidas. 
Agora tenho de saber se o jardim de infância onde trabalho está interessado em me contratar para o próximo ano letivo. Melhor do que em part-time como professora de português.
Já chorei hoje. Saber isso da candidatura EPE, mais o facto do meu piccolo não estar cá esta semana e ainda mais por estar completamente sozinha nesta cidade. A colega de casa ainda só lhe disse praticamente bom dia de manhã e boa noite à noite desde sábado. Cada uma tem o seu quarto e não há cá que incomodar os outros.
Cheguei sábado e à parte o local de trabalho, praticamente não falei com ninguém por mais de dois minutos. E mesmo no trabalho é triste ter de falar só com os alunos que têm metade da minha idade. (no jardim de infância ainda me vou safando com alguns adultos, bah. É o que vale).
Ainda na semana passada estava a partir-me a rir e esta semana já pareço outra pessoa. Como uma cidade pode mudar as pessoas. Como é verdade dizer "Em Roma sê romano". E como é verdade ter mesmo de o ser para não fugir aos hábitos comuns da sociedade.


O A. esteve em minha casa na passagem de ano. Conheceu toda a família. Os primos falaram muito com ele mas o que valeu foi que algumas coisas eram em português. Têm uma conversa muito porca, estes meus primos. Ainda não sei se gostou ou se levou a mal certas coisas. Ainda mal falei com ele depois disso. No primeiro dia do ano arrependi-me logo de o ter apresentado à família. O rapaz às vezes é tão distante que eu não sei em que é que ele está a pensar e ele também não diz. Primeiro não é nada, depois inventa qualquer coisas para me calar. Mas aí ainda é pior porque se contradiz. Enfim! Às vezes tenho vontade de acabar com esta relação devido a estas situações que me deixam insegura. Mas depois penso no quão homem da minha vida ele é. Quero que ele venha rápido e quero que ele esteja sempre comigo. Sozinha é que eu não posso estar nesta cidade.

27 dezembro, 2015

NATAL EM CASA DO PICCOLO

Já há alguns dias que cheguei de Itália, por isso não sei se a precisão vai ser a mesma.
Cheguei a Roma na sexta à noite (18 de dezembro) e foram os pais dele que nos foram buscar ao aeroporto. Já tinha estado com eles. Não ia ser o primeiro encontro, mas estava um bocado "coisa". Não falo italiano e conheço a mãe dele: ela fala muito e está muito à vontade comigo. Por isso, isso punha-me mais sem jeito.
Encontramo-los e lá nos cumprimentamos. A mãe dele até me queria cumprimentar primeiro que ao filho. Mas deixei-o estar à minha frente para não o fazer. A mãe sempre sorridente e bem disposta. O pai com um sorriso simpático mas mais calmo (como da última vez). Entramos no carro e comemos pão com mortadela. Que saudades que eu tinha deste cheiro. Não falei muito na viagem. Acho que a vergonha começou a chegar. A viagem foi longa e ainda dormi um bocado. Que soneira!
Ainda no carro e já na vila dele (sem eu saber que já o era), a mãe faz a piada da praça da Concordia, do Arco de Triunfo, da Catedral Notre Dame e de Montmartre à medida que passávamos em certas partes da vila (numa praça, num arco de flores, numa igreja e no topo da vila). Ri-me, sem ter nada para dizer.
Chegamos a casa dele e os avós esperavam-nos. Conheci-os e cumprimentei-os. Muito simpáticos e faladores logo num primeiro contacto.

Sábado combinamos ir à praia. Gaeta. Saímos de casa já à hora de almoço. Passamos em Terracina para almoçarmos num restaurante perto da praia (praça da República) e todos os pratos foram de peixe. Estava bom mas aqueles peixes fritos deixaram-me a arrotar o dia todo. Claro que não disse isso ao meu pequeno, para ele não ficar triste..
Subimos ao monte mais alto desta cidade e tiramos fotos. Paisagem muito bonita com o sol a bater na água do mar... Seguimos para Gaeta. Paramos pelo caminho para tirarmos fotos com o pôr do sol. Em Gaeta íamos ver umas supostas escadas que descem numa falésia até ao mar mas não foi bem isto que encontramos. Realmente descemos as tais escadas mas que nos obrigavam a subir mais à frente. Conclusão: ficamos numa parte alta entre duas falésias a ver o mar. É bonito mas não víamos grande coisa, uma vez que as falésias eram muito altas e tapavam a vista toda. Mas tenho fotos =)
Voltamos para casa e à noite saímos até uns bares numa cidade perto de casa dele (Alatri). Conheci uns amigos dele e ainda me ri com eles. Um deles, segundo o piccolo, era bom para a Célia. Ele ficou interessado (mesmo sem a conhecer) e começou a fazer perguntas sobre ela. Pois, ela só fala português... Nada feito.
Outro, quando me conheceu e soube que eu era a namorada, disse: "Ah, finalmente que a conheço." Gostei de ouvir, claro. Toda contente, a rapariga. E perguntou ao A. se eu estava a ficar em casa dele. Ele disse-lhe que sim ao que o amigo responde: "Então a tua mãe deve estar toda contente!" Eu ainda fiquei mais contente =)
Entretanto passa um amigo dele e faz-lhe uma festa quando o vê. O A. apresenta-mo ao que ele diz "Namorada? Mas quê, é a última?" Desta é que eu não gostei. Ok, faz de conta que não percebes. Depois mandas a boca na melhor oportunidade. O piccolo continua a rir como se ele não tivesse dito nada de mais.
Mais tarde pede ao tal suposto futuro da Célia para lhe puxar o dedo (estava mal da barriga, o rapaz). Ele não percebe mas o A. explica-lhe. Todos se riem e o loiro, que se chama Matteo, pergunta/afirma: não fazes isso com a tua namorada?!
"Como non?" responde o meu pequeno. Que fofinho!
Fiquei contente por conhecer muitos amigos dele. Foram só quatro, mas para ser só numa noite e praticamente sem combinar com ninguém, são muitos.

Domingo, dia de almoço em família. Levantamo-nos cedo e fomos a Fumone ver o castelo com uma lenda de que existem fantasmas. A história é bonita e há duas histórias diferentes para o mito da existência de fantasmas neste castelo. O primeiro é de um antipapa que é posto numa cela muito pequena e que acaba por morrer. O segundo é o filho dos reis (que agora não me lembro dos nomes) que é envenenado pelas sete irmãs mais velhas. A mãe não o sabe e guarda-o num armário com esperança que ele um dia ainda volte.
Almoçamos em casa dos avós. Nossa... Comi tanto. Primeiro prato: gnocchi com molho de tomate e carne de vitela e ovelha (não tenho a certeza). Segundo prato: não me lembro. Sobremesa: bolos - pandoro de chocolate, panetone - e fruta. No fim café. Estava que nem podia. Estava-me a sentir mesmo mal. À tarde fomos até à montanha e as curvas ainda me punham pior. Fez-me bem mexer um bocadinho mas já me sentia como no Natal. Credo!
Na montanha, vimos o pôr do sol e paisagens wow! Que lindo. Como se fossem desenhos. Montanhas redondas com um bocado de nevoeiro a passar-lhes por cima... Mesmo lindo. Tenho fotos.
À noite deveria ser uma noite mais tranquila mas havia um jantar de final de curso de um filho de uma amiga da sogra. Vai tudo ao jantar. Ponho-me todo bonita com a camisola branca de malha que o piccolo me deu e os saltos altos. No jantar conheci a mãe da Alessandra e da Giovanna. O finalista foi o último a chegar e o primeiro a ir embora. Houve uma altura que eu pensei que ele tinha ido à casa de banho. Começam todos a comer o bolo sem esperar por ele e penso "ninguém espera pela personagem principal?" No final do jantar o A. diz-me que ele já se tinha ido embora. Recebemos prendinhas: amêndoas de chocolate e dois frasquinhos com aroma a lavanda e a pimentos. No final do jantar, eu e o A. vamos ver a praça da cidade (Fiuggi).

Segunda feira é dia de dormir até tarde. Os últimos dias foram cansativos e estava mesmo a precisar. Saímos ao final da manhã (acho eu) e levamos pão de pizza com queijo e fiambre. Fomos novamente até à montanha fazer uma caminhada. Como são lindas as vistas. A mesma paisagem do dia anterior mas com mais tempo para apreciar. Tendo em conta que esta zona tem forma circular, nós fizemos meio círculo (ou talvez um pouco mais) no ponto mais alto, ou seja, com direito a vistas diferentes e bonitas. Também tivemos direito a um pouco de neve. Fui com os meus sapatos com sola mais alta. Parti um bocado de uma sola porque não foram feitos para caminhadas e caminhar com estes sapatos na terra dura da montanha não é nada agradável. Uma boa razão para não voltar a pegar nelas. Tiramos muitas fotos. Na descida, passamos em casa dele para ele pegar no computador e ir mandar arranjá-lo. Era suposto irmos até um lago que se podia avistar da montanha mas eu estava muito cansada para isso e ele disse que não tinha nada à volta onde pudéssemos passear. Era o lago e já está. Mais nada. Disse-lhe então que não fazia mal e que também já era tarde (ficamos muito tempo na loja dos computadores). Mas o menino gosta pouco de ir para casa cedo... Nahhh, ele estava era todo contente comigo lá. Mostrava-me tudo, falava de tudo. Em Paris não fala ele assim. Via-se mesmo que estava feliz. E eu estava feliz por vê-lo assim. Em vez de ir para casa fomos a outra vilazinha perto de casa dele que se chama Vico. Uma vilazinha mesmo fofinha. Não estava rodeada de muralhas mas as casas fechavam o espaço e só havia uma entrada. Eram ruínhas que subiam e desciam, em paralelo, com umas casinhas pequeninas, outras maiores, onde se podiam ouvir vozes de pessoas, da televisão ou simplesmente ver as luzes do interior das casas... Muito aconchegante. Claro que ninguém leva ali uma vida, mas para ter paz, não há melhor.
Voltamos para casa e voltamos a jantar nos avós. Primeiro prato: polenta. Segundo prato: Bufala Sobremesa: bolo de nozes e tâmaras e fruta. Eles falavam tanto... Nossa. Cheguei a uma altura que me começou a doer a cabeça e então deliguei um pouquinho. Não percebia e não.... por isso o esforço era desnecessário.
Quando fomos para casa, entrei no facebook para meter uma foto que tinha tirado na montanha. E para isso tive de a enviar para o meu email, entrar no tablet dele, entrar no meu email, descarregá-la e ir busca-las às imagens. E começa aqui a história que quero contar.
O menino tinha uma foto tirada como printscreen no Skype. A foto estava escura e por isso não dava muito bem para ver a cara da rapariga. Já vai ouvir. Entra no quarto, põe-se ao meu lado e vê-me a pôr a foto na net. Vou às imagens e apago a minha foto. Deitamo-nos e digo-lhe:
- Não gostei duma foto que vi no teu Ipad. Mas pronto.
Não ouve. Como não voltei a repetir, pergunta:
- Quê? Não percebi.
Faz sempre isso. Ouve sons saídos da minha boca e não está atento ao que digo. E só quando me calo e ele acha que é suposto responder alguma coisa é que pergunta pelo que eu disse.
- Não gostei duma foto que vi no teu Ipad.
- Que foto?
Pega no Ipad, acende a luz, vais às imagens. Mostro-lhe a foto. Diz-me que já a tinha visto. Sim, tinha visto outras mais acima (mais antigas) mas esta do Skype não. Ou pelo menos não me lembro. Supostamente era a mesma amiga que estava em cima e foi antes de nos conhecermos.
- E porque é que tiraste uma foto com ela no Skype? Ou porque é que fizeste Skype com ela?
- Era para experimentar tirar foto ao que aparece no ecrã.
Depois esteve para lá a explicar que era carregar em dois botões ao mesmo tempo.
- Ok.
Desligamos a luz. Não disse mais nada. Com as mãos, ele procura-me os olhos. Ele sabe que eu sou uma chorona. Mas desta vez não teve sorte. Apesar de triste, não tinha vontade de chorar.
- Hey! O que foi? Já te expliquei. Aquelas fotos estão ali há muito. Daniela! Não estou a perceber.
Fiquei um bocado calado e depois:
- Não sei se foi impressão minha. O teu amigo David perguntou no sábado se eu era a última namorada.
- Oh, O David só diz merda. - disse imediatamente como se estivesse à espera que eu o fosse dizer. - Ele faz isso a toda a gente. Diz coisas sem pensar. O Marco (um amigo dele) até já ficou sem falar com ele algum tempo por causa de uma rapariga porque ele está sempre a mandar bocas. Ele diz as coisas sempre nos momentos em que não as deve dizer. Ele é assim.
- Hum. Mas ao dizer aquilo deu a sensação que tu andas aí a colecionar namoradas.
- Oh Daniela. Olha, se queres saber, tu foste a primeira namorada que ele conheceu. Donc déjà n'y a pas de sense à ce qu'il a dit.
Fiquei calada.
- Mas tu acreditas mais nele que não o conheces do que em mim.
- Não. Eu acredito em ti. Só te estou a falar disto porque ele o disse e eu não gostei.
- En plus, tu es la première copine a venir chez moi.
- Mais non.
- Dormir oui.
Fiquei calada. E não contive as lágrimas. Estar ali a dormir ao lado dele, com os pais a dormir no quarto ao lado, a ser tão bem tratada por todos, amei-o ainda mais. E não consegui dizer nada. Beijei-o na cara e fomos mudando de conversa. Fiquei tão feliz. Quando me disse "boa noite" passou-me a mão na cara e sentiu-a molhada.
- Tu pleures? Tu sues tellement que je ne sais pas si tu pleures ou si tu sues.
Ri-me.

Terça feira levantamo-nos às 6h da manhã. Primeiro que o pai. A mãe já estava a pé mas porque acorda cedo.
Levei o bolo de nozes e tâmaras num tupperware - que sogra mais simpática - mais as amêndoas do domingo. As que levava a mais eram para as minhas irmãs, segundo a mãe dele. Os avós também já estavam a pé e despedi-me de todos. Todos estavam pendurados na varanda a acenar na despedida. Que queridos.
Chegamos ao aeroporto numa hora e meia. O A. entrou no estacionamento e ainda tínhamos 2h para o fecho das portas. Ficamos ali a conversar. Depois levou-me lá dentro, despedimo-nos (7 dias sem nos vermos) e entrei no controlo de metais.
Um aparte. Talvez seja esta história toda dos atentados mas o homem que estava à minha frente na fila para o avião tinha ar de terrorista e fiquei mesmo com medo. Até mandei mensagem ao meu pequeno "Gosto muito de ti. Para o caso do avião não chegar". Chegou.

Resumo destes 3/4 dias:
Fui muito bem recebida. Senti que todos gostaram de mim, mesmo pessoas que não eram da família, como as amigas da mãe. A mãe dele abraçava-me e dizia-me: Dániééééé, bella. E outras coisas mais que eu não percebia. A mãe dele apreciava-me quando eu estava a comer. O pai não me deixava acabar de comer e já me estava a propor mais. Não, por favor. Já comi muito. Adorei, adorei, adorei. O avô falava-me de Portugal, das laranjas com este nome, dos portugueses em Roma que não pagavam e de um rei italiano que foi enviado para Portugal por se portar mal em Itália (pormenores desta história é que eu não sei)

Agora é a vez dele. E só quero que tenha a mesma ou melhor hospitalidade que eu tive em casa dele.

17 setembro, 2015

EU, A PROFESSORA DE PORTUGUÊS

Dói-me a cabeça. Dói-me o coração. Tenho a sensação que não vou conseguir dar conta do recado. E não gosto nada desta sensação. Porque quando estou num trabalho, gosto de o fazer bem.
Ser professora não é fácil. e pelo 1º ano da minha vida, sou uma professora normal. Não sou estagiária, não sou substituta. Sou a professora de Português. Ponto. A meio do mês e já tenho testes para corrigir. Vou fazê-lo amanhã. Nem sei que cotação atribuir, quanto descontar dos erros ortográficos. Enfim. Logo verei. 
Para além disso, tenho uma aluna que quer passar o BAC (não me perguntem o que é, please) em Literatura Portuguesa. Pelos vistos exige muito esforço da minha parte para prepará-la. Eu nem sequer conheço direito o programa.... A professora que estava no meu lugar no ano passado não me atende o telefone.
Detesto as quartas porque dou aulas ao liceu - que inferno! Às vezes nem quero falar muito com medo de que os alunos saibam mais do que eu (é triste). As quintas à tarde matam-me porque 6º e 7º anos seguidos é o terror. Barulho de canetas, de folhas e de porta-lápis a cair é coisinha que não falta. Mascaro-me e sou uma professora má durante estas duas horas. Saio da escola com uma cabeça que eu nem sei.
Resta-me o 8º e 9º que é pacífico mas porque só tenho duas alunas em cada ano.

Ai querias ser professora? Toma lá que é para aprenderes.

E pronto. A minha esperança é um dia mais tarde vir aqui ler este texto e perceber que a única coisa que me faltava era experiência e entrar no ritmo escolar francês. De resto, a vida de um professor é fácil.


Uma pequena história na sala de aula. Hoje, que é quinta-feira, dei aulas ao 7º ano. Os trabalhos de casa era saber simplesmente apresentar-se, utilizando os verbos "chamar-se" e "ser". Por exemplo: Eu chamo-me Mónica e sou francesa. Uma miúda que ainda não percebeu as regras nas minhas aulas, fala sempre sem ser solicitada e diz-me: 
- madame, madame, eu fiz os trabalhos de casa e escrevi tudo no caderno. Passei a limpo e tudo. Fiz os trabalhos de casa com a minha mãe. Posso ler? Então, eu chamo-me I, sou francesa, mamãe turca, papai argélie.
- Ok, ok - interrompo-lhe eu. Eu só pedi com os verbos chamar-se e ser. O resto ainda não sabes. Essas frases não estão bem feitas.
- Mas madame, está bem? mamãe turca, papai argélie - repetia ela. E ria-se.
- Para já não é papai nem mamãe.
Diga-se de passagem que me deu uma vontade de rir do caraças. Ainda fiz um sorrisinho à AVS.
- Sim, é. Nós vimos um filme no ano passado que a outra professora nos pôs. E eles diziam mamãe e papai.
- Sim. Mas isso é português do Brasil. É mãe e pai.

Oh que sorte de rapariga lá com o mamãe e papai afranceleirado.

31 julho, 2015

NÓS TAMBÉM DISCUTIMOS

Na segunda feira passada discuti com o príncipe (hoje é sexta).
Estou a "viver" em casa dele desde o dia 21 deste mês (hoje é o último) porque o meu quarto está "ocupado" e por isso passo uma parte do tempo a jogar no IPad dele.
Como ia a dizer, na passada segunda entrei (coisa que normalmente não faço) no meu facebook através do IPad dele. Tinha o facebook dele aberto (coisa que normalmente não está). Não dessas coisas mas a ex namorada dele perturba-me e entrei nas mensagens dele só para ver se tinha conversas com ela. Ora tinha, claro. Era pra aí a 4ª conversa (não muito antiga, portanto).
Entrei e a última conversa tinha sido no dia 9 de julho (um dia antes de ir a Lisboa ter comigo) da parte dele a perguntar-lhe algo do doutoramento dela. Li as mensagens mais antigas e não tinha nada de especial. Ele a dizer que estava em Paris, ela a dizer que estava em Trieste, ele a dizer para ela tirar umas fotos à cidade, ela a dizer que não tinha máquina, ele a dizer para o fazer com o telemóvel.

Fiquei doente. Tão mal que não tinha vontade de chorar. Estava dura. "Vou enfrentá-lo, vou ter de lhe pedir justificações"

Ele chegou a casa e comecei a disparar muito calmamente. Ele ainda se fez desentendido mas não valia a pena. As evidências estavam lá. Disse que sim, que falava com ela, mas só para saber se ela estava bem. E que não via mal nenhum nisso. 
"Não há mal nenhum, Mas há uns meses atrás falamos sobre este tema e disseste-me que já não falavas com ela desde dezembro não-sei-de-que-ano. Tem aí conversas de agosto do ano passado. E o problema é que me mentiste"

A conversa continuou por 1h30 (mais coisa menos coisa). Disse-lhe que ainda não estava convencida e que isto só me ia fazer não acreditar nele. E terminei a dizer que ele me magoava. Vi um lágrima a crescer-lhe no olho e a dizer-lhe "Não digas isso, não é verdade." E abraçou-me.

Lá fomos fazer o jantar. Noix de St Jacques na conchinha.
E pronto, no dia seguinte de manhã voltamos a conversar sobre isso e voltei a chorar. Ele tranquilizou-me e a verdade é que fiquei melhor com o que me disse. Mas cá para nós, ela ainda não está completamente esquecida (por mim e por ele)