Aquilo que mais me revolta.
Soube há uns dias que um vizinho meu pensa em mudar de escola no próximo ano porque há uns fedelhos que gozam com ele o tempo todo na sala de aula. O engraçado é que um desses fedelhos é meu explicando e é ele mesmo que me conta estas coisas. Para não dar uma de mãezinha em cima dele, perguntei em tom irónico com quem é que ele ia gozar no ano seguinte.
“Eh, há o X ou o F”.
Disse isto num tom muito a sério como quem já tinha pensado no assunto. Eu diria que os bullies precisam de alguém para brincar e não com quem brincar. Um vício, mesmo.
“O F?” – perguntei – “ai ele é da tua turma?”
Acontece que hoje estive com o F e tive a oportunidade de falar com ele um bocado. De meter dó. Coitadinho do miúdo. Carinha de triste. Enfim. Deu-me, assim, uma vontade de lhe dar um abraço.
Só me apetece andar à estalada com estes pirralhos (que poderão vir a ser os futuros ladrões, assassinos, pedófilos, arrumadores de carros, agressores e vândalos) que se metem com os pequenos indefesos, porque são isso mesmo, indefesos.
E chega de desabafar que este assunto aperta-me o coração.