21 novembro, 2014

TRABALHINHO PRECISA-SE (o título debaixo não é parecido com este?)

Ando nuns nervosos miudinhos....!
Ora choro que nem uma perdida. E aí cuidado, porque posso chorar em qualquer lugar, no interessando onde estou e quem está. No metro, por exemplo.
Penso em como está a minha vida neste momento e que não era nada disto que eu pensa viver com esta idade. Desespero. E penso também que não mereço isto.

Ora ponho umas musiquinhas que até gosto e esqueço os problemas.

O Demi esreve cá esta semana. Foi bom porqye relembramos os vellhis tempos, rimo-nos, falamos com Stas e Joana no skype, visitei Paris com ele. Mas depois parava um pouco para pensar na minha vida. Só passeei. Procurar trabalho que é preciso, nada. E senti que foi como se a minha vida parasse nessa semana. E isso não pode ser. Porque tenho uma renda para pagar e quase dinheiro nenhum a entrar.

No último dia dele eu devia tê-lo acompanhado mais tempo. Tinha voo às 21h e foi para o aeroporto às 11h porque eu precisava de fazer os meus deveres do dia que era deixar CVs. Coitado. Mas coitada de mim também que não tenho trabalho. E se o menino soubesse falar francês podia ter passado mais tempo em Paris. Mas é pouco desenrascado.
Tenho tido umas respostas de trabalho. Mas ainda nada fixo. E mesmo que seja, Não dá para viver aqui com essa amostra de salário. (Mesmo assim é melhor que nada)

Na terça fui ao centro de emprego. O Demi foi comigo e levou com 1h30m de seca. (Lá está, o problema do desenrasque). Quando já nos vínhamos embora parei na entrada, onde estava o meu guarda chuva, para organizar os meus papeis numa mesinha que havia lá. Estava uma senhora a fazer o mesmo. Entretanto ela vai-se embora e pega no meu querido guarda chuva. Olha a lata. "Ei, onde é que você vai?" que em francês saiu assim: Eh, vous allez où?
Ela pousa simplesmente o guarda chuva e continua o seu sagrado caminho. "Vou êtes folle?" Mas ela nem respondeu. Preta do caraças*. Depois saí quase atrás dela e só tinha vontade de lhe dar com o guarda chuva na cabeça.
Vai uma pessoa ao centro de emprego para conseguir um trabalho e ganhar algum dinheiro e ainda se arrisca a ficar sem guarda chuva e ter de comprar outro quando o dinheiro não é muito.

À tarde vamos em direção a um museu quando somos parados por dois rapazes que nos pedem para fazer uma gravação para um trabalho para a universidade. Ui, nah, nah, nah, nah. Esquece. Não, não. 
"Ah, não custa nada, e tal. Só o nosso professor é que vai ver."
"Sim, sim. e a turma toda."
"Sim"
"Pois."
"Mas não é nada de especial. Não importa o conteúdo. É só para mostrar como trabalhamos a imagem, blablabla"
"Ok, e é para dizer o quê"
"Simples. Só para dizer o que te fará mais prazer neste Natal."
"Ui, ainda por cima nem sei responder a isso."
Mas depois lá me lembrei que um trabalho vinha mesmo a calhar. Que vergonha. Ao início ainda lhe tinha pedido para depois me mostrar o vídeo, mas tá quieta, com os nervos fui-me logo embora. Quando penso naquele microfone a olhar para mim...






* não tenho nada contra as pretas. Mas nada mesmo. Até tenho um carinho especial pelOs pretOs. A expressão foi só um desabafo. Podia ter sido "loira do caraças.