15 março, 2011

NUM TÚNEL SEM LUZ

Nasci em 86 e uma das recordações mais antigas que tenho é com 6 anos no casamento de uma prima, em que eu sou a menina das alianças e, já no altar, peço à minha mãe (alto e bom som) para ir fazer xixi. A minha mãe ainda me tenta convencer que já não vai demorar muito mas eu é que mando - casamento interrompido por mim, obrigada, obrigada.
A partir desta idade lembro-me de muitas coisas, inclusivé da minha mãe me (nos) dizer como era a vida dela quando era da minha idade.
"Vós agora tendes tudo"
"Quando eu era da vossa idade não tinha lambetinhas boas nem saía de casa"
"No meu tempo eu não tinha caderno, tinha um quadro de lousa"
"Eu não tinha iogurtes, eu dou-vos muitas coisas boas"
"Vós agora tendes sorte porque eu posso-vos comprar muita coisa. Quando eu era pequena não tinha nada porque a minha mãe não tinha dinheiro"
"Eram muitos filhos"
"Não tinha brinquedinhos"

Era aí que eu sentia pena da minha mãe por não ter passado por bons tempos. Contudo, pensava, na minha mais profunda inocência: "Ainda bem que eu não nasci nesse tempo. Não ia gostar nada de passar dificuldades"

Os anos foram-se passando e a minha inocência foi-se desfalecendo.
A meio da minha adolescência comecei a ver que as coisas estavam a mudar.
- Comecei a não ter tudo que pedia aos meus pais porque o dinheiro já não era o mesmo.
- Aprendi a ser poupadinha.
- Pensava duas vezes antes de comprar alguma coisa.
- Comprava tudo baratinho.
- Sabia que as coisas não estavam famosas.
- Estava ansiosa por ser dependente de mim.
(No entanto, continuava com espírito otimista)

O curso terminou e eu deixei de ser a estudante que tanto gostava de ser.
A partir daqui estava no mundo dos trabalhadores. Ou pensava que estava.
Estava no mundo dos tantos desempregados.(desempregada que trabalha 7 dias por semana)
E foi aqui que eu passei a perceber o porquê de tantas depressões, desesperos e como realmente os recém-licenciados se sentiam.
Fiquei a saber que, enviar currículos e não obter resposta, é perfeitamente normal.

Agora não tenho dinheiro para aquilo que quero comprar, por isso já me posso sentir a mamã nos anos 70.
Pensando bem, à mamã nunca lhe faltou trabalho.
Estou definitivamente pior que a mamã nos anos 70: chorando e desesperando todos os dias.

11 março, 2011

05 março, 2011

CARNAVAIS

Tirando um ano ou outro eu sou sempre muito original... Este ano não vai ser exceção. É esperar para ver... =)

2004 – Capuchinho Vermelho
2005 – Espantalho
2006 – Pirata
2007 – Vampiro
2008 – Bêbado/Borrachão
2009 – (Não fui. Que penosidade)
2010 – Manuela Ferreira Leite
2011 – ? ?