05 janeiro, 2016

PARIS, TRABALHO E PICCOLO

Primeiro texto do ano. E não começa bem.
Segundo dia de aulas. 
Fiquei na lista dos excluídos na candidatura para professores de português no estrangeiro. Há sempre alguma coisa que não está bem. Desta vez não enviei os diplomas de inglês e espanhol. E enganei-me numa opção em relação à minha situação profissional atual. Que mania de não perguntar e querer fazer sozinha. Sim, mas isto não é só culpa minha. O facto das pessoas serem cada vez mais por si, faz com que eu nem sequer ouse fazer perguntas, adivinhando logo a resposta. Tenho de começar a pensar que nem sempre é assim e ainda menos numa situação desta onde há pessoas postas à disposição precisamente para tirar dúvidas. 
Agora tenho de saber se o jardim de infância onde trabalho está interessado em me contratar para o próximo ano letivo. Melhor do que em part-time como professora de português.
Já chorei hoje. Saber isso da candidatura EPE, mais o facto do meu piccolo não estar cá esta semana e ainda mais por estar completamente sozinha nesta cidade. A colega de casa ainda só lhe disse praticamente bom dia de manhã e boa noite à noite desde sábado. Cada uma tem o seu quarto e não há cá que incomodar os outros.
Cheguei sábado e à parte o local de trabalho, praticamente não falei com ninguém por mais de dois minutos. E mesmo no trabalho é triste ter de falar só com os alunos que têm metade da minha idade. (no jardim de infância ainda me vou safando com alguns adultos, bah. É o que vale).
Ainda na semana passada estava a partir-me a rir e esta semana já pareço outra pessoa. Como uma cidade pode mudar as pessoas. Como é verdade dizer "Em Roma sê romano". E como é verdade ter mesmo de o ser para não fugir aos hábitos comuns da sociedade.


O A. esteve em minha casa na passagem de ano. Conheceu toda a família. Os primos falaram muito com ele mas o que valeu foi que algumas coisas eram em português. Têm uma conversa muito porca, estes meus primos. Ainda não sei se gostou ou se levou a mal certas coisas. Ainda mal falei com ele depois disso. No primeiro dia do ano arrependi-me logo de o ter apresentado à família. O rapaz às vezes é tão distante que eu não sei em que é que ele está a pensar e ele também não diz. Primeiro não é nada, depois inventa qualquer coisas para me calar. Mas aí ainda é pior porque se contradiz. Enfim! Às vezes tenho vontade de acabar com esta relação devido a estas situações que me deixam insegura. Mas depois penso no quão homem da minha vida ele é. Quero que ele venha rápido e quero que ele esteja sempre comigo. Sozinha é que eu não posso estar nesta cidade.